terça-feira, 17 de janeiro de 2012

(In)Sanidade Dogmática













“Ódio ou cansaço” Ponto de interrogação. São as duas palavras que me assomam e a marca de uma questão. Artista que não criasse no caos artista não seria, e o afluxo criativo a esta questão sucumbiria. Pode não ser bonito ou mágico, também não o será o mundo após o seu final trágico. Poetisa não sou, muito pelo contrário, é a gravidade que me impulsiona num sentido precário. Num bloqueio mental a imagem surgiu… Um solo virgem que a merda tingiu. Ignorância medíocre no meu regaço acolhida, maquinaria mundana na vulgaridade da vida. O pensamento (manhoso e traiçoeiro) usa máscaras contra a própria essência, fermentando o ego na sua concupiscência. No homem comum há algo que cresce, canibalismo sentimental num quadro de melancolia - pedradas de cimento social arremessadas em cobardia. Na minha intolerância crescente de um vácuo solenemente vazio, procurei no mundo em combustão a chama que se diferencia, para sucumbir depois á exaustão de prostrada empatia. Mas na crítica preconceituosa não me afundo pois sei das lacunas existenciais de meio mundo. Psicologicamente saudável é a minha insanidade, não fossem os podres dogmas da sociedade.

Akila Sekhet

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Carta Suicida














Muitas vezes me questiono:
(E a pouco e pouco se torna natural)
“Será Primavera? Será Outono?”
Esta morna estabilidade sentimental

Sinto em mim, algo que floresce
No terreno seco do meu peito;
Logo definha e algo cresce
Terra húmida – solo imperfeito

Finais felizes para mim não existem
Pois nada perdura na minha existência,
As paixões fulminam mas pouco persistem
E a solidão permanece na decadência

Embora grande e incondicional
O amor em mim, a felicidade não traz;
Tudo hei visto e se me assemelha igual
Nesta misteriosa vida que já não me satisfaz.

Akila Sekhet

Love Letter


 










Clouds of thunder in a midnight storm
With deep gray skies turning blue,
I stand in awe by the stunning form
Of the rising sunlight which is you;

I can speak of love in a worn out dialect,
Found some words that did seem perfect
Before I searched for solace in celestial songs,
That placed my heart right where it belongs;

So I stare in wonder at the magnificent view,
(Knees trembling, open chest – remembering)
My feelings cuddled by the morning dew
Trying to express how much I love you

Tatiana Pereira

domingo, 25 de dezembro de 2011

Womb Of Love










All the words left unspoken
When precious hearts were broken
Over the years (with silent tears)
I could never erase from my mind
What tore us apart all this time

Sickening feeling that I felt,
Thinking how I should have dealt,
When blazing thoughts burned me inside
For the moment you left I have died

In my dreams and morning mist
You were there - and how I missed
Our eternal moments of innocent love
(In a mysterious plot never seen before)
Where little things meant so much more

Tatiana Pereira

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Amor













Procurei em todos os dicionários,
Livros de génios e visionários;
Ou nos versos de grandes poetas,
Dos filósofos antigos e dos profetas.

Em nenhum deles encontrei
Conhecimento mais profundo
(Do que aquele que eu sei)
Do amor que move o Mundo

Na inquietude das noites
- Que passam sem se ver -
Nos meus olhos (como açoites)
Imagens por compreender

Talvez não o sejam, de todo;
Ao relembrar - dentro de mim um fogo -
De um sentimento mormente imortal
Em tudo sublime e desigual

Nos dias que passam, algo crescente;
Foco-me ainda – inutilmente – pois sei
Que as histórias (das mais lindas memórias),
Surgirão do sono para me embalar

Cedo então ao conforto do leito
Meditando ainda sobre amor perfeito
Para sonhar (tal como são)
As palavras transcritas do coração

Tatiana Pereira

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Confession
















Forgive me Father for I have sinned…
And my soul doesn’t hope for salvation
(For I certainly heard as the Devil grinned)
And in the pits of hell I’ll face my damnation

But Father what have I done?
I have failed Her and now I weep;
I’ve been away for far too long
And Her integrity I could not keep

The shade of fear on a burning cross;
How may I redeem the unbearable loss,
Of a sobbing child filled with grief,
Delivered in a world that's full of mischief?

I’ll stand by Her side and forever remain;
Though She does not listen nor wishes to see
That running away from merciless pain
Will not save Her as it didn’t save me…

Tatiana Pereira

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Epitáfio















Seu silêncio, eterno…
Na boca seca de palavras;
No meu peito o Inferno
De sua face em lágrimas

O descanso aparente
(Na ausência do pestanejo)
Choro aos céus em tom clemente
Na minha dor, o último beijo

Da tez branca e saudade negra
Faço da inércia a minha regra;
E de olhos turvos, varrendo o chão
(Finjo que não vejo) tocando-lhe a mão
O lamurioso tumulto e rude gracejo

Aquilo que não lhe direi
(Pois não disse enquanto podia)
Quanto o estimei e amei …
- Nos meus lábios morreu -
No momento em que perecceu

Não mais verá o Sol raiar
No céu azul de cada dia;
Ou a clarabóia lunar
Que a noite infinda alumia

Seu corpo entre outros se deita
(A dor dos vivos conhecia)
O mistério dos mortos o espreita

Seu espírito permanece
(Para além de tudo o que seja dito)
No sal aquoso de quem não esquece
E que o acompanha ao infinito.

Tatiana Pereira