terça-feira, 24 de abril de 2012

Abismo












Caos que aflora nas particularidades
Efémeras de outrora; Etéreas faíscas
De relances primordiais arrastando-se
No alvor da metamorfose que foge
Do pensamento medíocre da glória

E agora, nas areias infindas
Reencontram-se personagens
Tão bem (por mim) conhecidas
Do que o é e do que fora

Nesses tempos, em que a combustão
Se dava nas partículas aquosas
Que escorriam pela inocente carne
Alimentada na mundana ilusão
De ideias mentirosas… ou talvez não!

Separando-me do abismo 
Para me abandonar no deserto,
Abnegando o cataclismo
Que se demonstrara tão certo

A abissal perda de identidade
Em submissões de negra realidade;
Ideais e crenças prostradas
No fogo árido da credibilidade

Divina besta interior agachada,
Erguendo-se pela coluna avigora
Na pedra lascada do pilar do Eu
Supremo que cresce a cada fronteira;
Mas de qualquer forma, sou!
O que fui e o que nunca aconteceu
E ao Mundo vejo-o à minha maneira.

Tatiana Pereira

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