Agora e outra vez mais
Verei, o ciclo emocional
De um núcleo quebrado
Pelo fumo rosado de um calor
Oriundo de uma explosão astral
E assim, tal como se criou o universo
Em insignificantes partículas
Que nas esferas se solidificam,
Cresço em mim e reconheço
O movimento que parte
De um aparte do que partiu,
E o quanto significam
Talvez no céu ou na terra
Ou na loucura apaixonada da entrega
Onde tudo fluiu – oh, meu pilar colidiu!
E por sua vez encontrei
Ilusoriamente (depois reparei)
Meu trono num reino que sucumbiu
No altar de fulgor incondicional
Morre a sombra meramente banal
Será mágoa? Será luz? Não o sei…
Consciência divina ou a treva que seduz;
Do abismo assomam-me palavras
Que outrora desprezei
A montanha, olhando o cume,
Apresenta-se-me deveras invulgar
Pois de estrelas brilhantes desenha
(Num pano coberto de negrume)
A flor-de-lis que me acompanha
No amor de quem não sabe amar.
Tatiana Pereira
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