Pensei e pelas frestas engendrei caminhos
Únicos que subitamente não percorro;
De onde surgem estes pensamentos
Que não são meus? Estes, em que morro…
Mas a solidão vem e parte e vem
Oh, esta solidão da saudade de um tempo
Em que me amei e também ao mundo
Que eu sei! Sim! Eu sei, que do todo a sua
Parte sublime eu
então desfrutei
Ou talvez ilusão… as minhas pernas
Caminham em passadas mais largas que a razão
E a mente alucinada escapa para realidades
Que inconscientemente criei
E no corpo: Oh, corpo de sangue
E sangue de água putrefacta do lixo
Sentimental de tudo quanto quis,
Do que estimo ou me orgulhei;
Esperanças vãs que imaginei semear
Em duvidoso algo ou alguém
E o seu perfume me seduziu;
E a linguagem do coração me iludiu;
E a água, oh doce água nas palavras
Desentendidas de quem (não sendo cego)
Também nunca viu… o amor… no real
Sentido em que me atingiu
O seu nome é Solidão… Lembro-me
De quando trocámos olhares
Que deram as mãos, e da sua língua
Ardente deslizando no meu peito
E me devorando o coração
Seus enganos “amo e amo” sussurrados
No meu ouvido como brisas primaveris
Que me faziam salivar pelos seus aromas
Subtis que nunca antes havia sentido
E fazíamos amor, “Amor” dizia eu -
Enquanto se satisfazia com o meu corpo
Despido, divertindo-se comigo
Minha doce e amada Solidão
Tatiana Pereira
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