Vade retro! Toda a apatia
Catatónica da indiferença
Na qual vivem os mortos!
Clamo que no meu finado olhar
Não se espelhe o submisso
Conformismo social
No qual vivem os leigos
Prezo e guardo maior respeito
Às vicissitudes do corpo e do espírito
Do que às tão aclamadas virtudes
Automatizadas dos demais
Escarro na manchada bandeja
Em que me é servida a bondade
E a clemência de pretensiosos
Mártires; Meras personagens
Em peças de altruísmo
Num teatro de fantoches!
Farsa! Como me divertem
Os falsos profetas apregoando
A hipocrisia de si mesmos
Deito-me com o ódio
Enleando-me em teias
De obscenidades mórbidas
Sob um dossel de chamas
Para na alvorada despertar
Na companhia de um cadáver
No meu leito e o amor no ar
Que me adentra no peito
Que me adentra no peito
Que ardam os homens!
Que ardam até as donzelas
Cujas máscaras derretem
No fogo do desejo
Estas, cujos lábios rosados
São o sangue da Verdade
E na brancura do sorriso
Brilha o sémen luciferino
Da conspurcada Vontade
Quero ver o céu explodir
Na merda que lhe é lançada
Pelos louvores dos imbecis
Que morram todos os astros
E estrelas no firmamento!
E que do seu pó se forme
Tal serpente perniciosa
Que aniquile a humanidade!
Akila Sekhet
Sem comentários:
Enviar um comentário