Da minha inércia que vos ilude
Ou da euforia ao luar –
Tão pouco seria de inquietar –
Em afáveis sons de alaúde
Direi agora, porque entorpeço
Ao som dos pássaros que no olhar
Trazem a aurora; doce mar e flora
E ao raiar do sol desfaleço
Num sono inquieto – reconheço –
De sonhos dúbios por deslindar
Pelas paredes escorrem
(Incessantemente, parecendo que não)
As horas dos dias que se arrastam,
Quando morrem, pelo chão
Em poças húmidas que se alastram
Da chama flamejante da mocidade
Que arde ainda – na verdade –
Nasce gelo cristalino
Impenetrável; de um calor incalculável
(Embora agora dispersante
Pelas vivências da aragem errante)
Fora outrora divino
Tatiana Pereira
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