terça-feira, 29 de novembro de 2011

Replica











Oh, how I quiver, while tears flow as the river;
And right this moment I shan’t deny
(From time to time) when death swings by
From worlds below – such is my ordeal –
Morality tainted by bohemian appeal

“Where’s your conscience?” you ask
I steadily answer with no hesitation
(For I rather wear my own mask)
“I’m not a replica or an imitation...
How many of you do self-embrace?”
While pride and prejudice marks your face

Akila Sekhet

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Frozen Chant












Your faded springs - they’re long lost
Through the snows of time denied;
Then summer came covered in frost
But still, how you shined!

Hanging mirrors on the wall,
Shattered glass fills the floor...
And the reflection of “once was”
Makes you feel like dirt and dust

How I admire, the strength and courage
That it took (grabbing life by a hook)
And on your deathbed I desire
Chanted homage, angels choir

Tatiana Pereira

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Fogo Divino













Vede a inquietude
Da minha inércia que vos ilude
Ou da euforia ao luar –
Tão pouco seria de inquietar –
Em afáveis sons de alaúde

Direi agora, porque entorpeço
Ao som dos pássaros que no olhar
Trazem a aurora; doce mar e flora
E ao raiar do sol desfaleço
Num sono inquieto – reconheço –
De sonhos dúbios por deslindar

Pelas paredes escorrem
(Incessantemente, parecendo que não)
As horas dos dias que se arrastam,
Quando morrem, pelo chão
Em poças húmidas que se alastram

Da chama flamejante da mocidade
Que arde ainda – na verdade –
Nasce gelo cristalino
 Impenetrável; de um calor incalculável
(Embora agora dispersante
Pelas vivências da aragem errante)
Fora outrora divino

Tatiana Pereira

domingo, 6 de novembro de 2011

Refulgence













Trapped in a day between days
(Where time ends somewhat peaceful)
Neither relevant nor more meaningful
Than any other, I must say

It’s not yesterday anymore
But still, not yet tomorrow

It’s when the past ends and the future begins
Flux of joy and shattered sorrow

When a child giggles at an old man’s sins
Smiling naively with innocent eyes
The time continuum fades and collides

Dawn of the dead
Dusk of the living

Catalyst of the wonderers (Whilst not grieving)

For now I wonder, as many times before
Thoughts ignite, burning even more

Youngling seeds yearning to bloom
Though the merciful sun banishes the gloom
And fresh water washes their grave
Death will come in a blindfolding crave

Tatiana Pereira

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Afrodite















Quando não mais os rios fluíam
De poços dourados pintados a carmesim
Entre as abobadas de rostos surgiu
Esplêndida escultura perante mim

Melíflua flor da alvorada
Tocando a face delineada
Entre as sombras que a esculpiu
Com pétalas da madrugada

Fogos-fátuos no pensamento
Até onde a memória o permite
A noite eterna do esquecimento
A ti não esquece, doce Afrodite

Tatiana Pereira

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Reminiscência











Em ti vive a criança
Que conhecia antes dos dias da morte
Incumbida a mim pela aurora
Dos dias em estilhaços

Antes de mim, antes de tudo
Nasceste-me no passado de ervas secas
De incensos incólumes
Agora verdes na esperança

Sorriste-me um infinito
De amores e paixões que queimam
Dentro da amargura dos anos
Aqueles, que não voltam mais

Em ti a força dos raios que pulsam
Bem longe, até aqui onde te contemplo
Na tua fragilidade simples, fugaz
Dos que partiram sem olhar para trás

Tatiana Pereira

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Nin-ana













Pegou-lhe por um braço, frágil
Liso de cetim; coberta de lodo até ao sexo
Palpitante de carne e desejo
Com mamilos salientes perfurando
As cascatas de cabelos que cobriam
A pele desnuda de curvas voluptuosas

Puxou-a para si de língua afiada
Na sua boca criou mundos dentro do mundo
E no túnel onde se encontravam
O seu ventre expandiu abruptamente
Moldando-se à forma das raízes do medo
Que cobria a luz do dragão cego
Que, olhando-a, saudou a Terra mãe
Num fôlego ardente de chamas

Akila Sekhet

Genesis
















A fumaça entre as minhas mãos
Pairando em nuvens brancas
Como a cal acinzentada da minha pele
Fazendo serpentes florirem do solo

Subindo-me pela coluna, sinto
Os olhares verdejantes
Que não vejo sobre véus mascarados
De lanças em riste

E no covil das bestas
Cinzentos, cobertos de prismas
São os raios de luz da criação
Onde a cópula se torna primordial

Dançando em lamentos lacrimejantes
Vastos e luxuriosos banhados a ouro
Reluzem doces vozes de sopranos
Quando o orvalho cai sobre corações em rubro
 

Akila Sekhet