sábado, 1 de outubro de 2011

Sombras de Pólen













Na noite fluvial
O veneno percorrendo as veias
Em taças de cascavéis escoantes
Na embriaguez de pessoas

Vidraças nos olhares esgazeados
Sorvendo palavras de fumo
No êxtase líquido da secura tragada

Na fermentação de egos
Exaltando folículos fendidos
Formam-se crisálidas consistentes
Expirando larvas em pólen

E em cada sombra de rostos
De chamas pálidas e inexpressivas
Uma ave ergue o olhar aos céus

Tatiana Pereira

1 comentário:

  1. O teu poema está a começar a ganhar uma força anímica considerável. Solta-se em relevo da leitura e passa a ser coisa, com substância e corpo, que nos rodeia e que revela algo suficientemente misterioso para ser humano, para ser do espírito, para ser da Pedra :)

    Uma vénia funda *

    ResponderEliminar